Preservação do meio Ambiente e dos Sistemas Ribeirinhos
Encontramo-nos ainda a “combater” e prevenir os efeitos da pandemia COVID-19. Penso que hoje haverá uma opinião, mais ou menos comum, de que este contexto trouxe grandes limitações e prejuízos, mormente para a nossa saúde e para a nossa vida. Mas também poderemos identificar alguns efeitos colaterais positivos, nomeadamente no meio ambiente – menos poluição sonora, menores emissões de CO2 para a atmosfera, águas mais límpidas e cristalinas em alguns locais onde a água, não há muito tempo, era turva.
Basta fazer uma pesquisa simples na internet com as palavras-chave “pandemia” e “meio ambiente” e temos várias informações sobre o impacto da COVID 19 na nossa envolvente física.
O confinamento limitou a nossa liberdade e determinada expressão da mesma com impacto nocivo para a nossa envolvente. Mas, segundo notícias sobre estudos realizados, infelizmente, estima-se que estes ganhos não serão sustentáveis no tempo.
Durante algum tempo parou a indústria e o deambular das pessoas mas, por outro lado, aumentaram os consumos de equipamentos e embalagens descartáveis. Ora, então, a par de controlar a pandemia, mantém-se o desafio (a meu ver, eterno) de evitar a retoma e aceleração dos níveis de poluição.
Estamos a “desconfinar” progressivamente. Tínhamos que o fazer. Para bem da nossa Saúde Mental e da saúde da nossa Economia. Seria importante interiorizar os aspetos positivos deste período, não perder a memória dos ganhos, das aprendizagens que fizemos no tempo que nos deu para refletir.
Se aprendemos a valorizar o ar livre, a natureza, e a contemplá-la verdadeiramente, é importante não nos distrairmos dela, dos seus “comportamentos”, e pensarmos duas vezes antes de fazer algo que a prejudique – “Será que isto é mesmo necessário? Que alternativas tenho?”.
Nós fomos “obrigados” ao confinamento. Mas o que levou a essa condição foi provavelmente o comportamento humano. Assim como será o que nos ajudará a não permanecermos na situação atual.
Nós temos autonomia, se quisermos.
Nós não temos limites, se quisermos. Mas levar ao limite determinados comportamentos nocivos ou com um risco muito elevado, pode causar a nossa morte, direta ou indiretamente.
A Natureza, que é tão determinante para a nossa vida, depende de nós, dos nossos comportamentos. Se não cuidarmos dela, ela vai definhar. E Nós com ela.
Cada um à sua escala, cada Organização, cada Pessoa tem um importantíssimo papel em travar o agravamento da poluição e a destruição progressiva da natureza que, no ritmo em que está, terá muita dificuldade em se renovar. Há património que se perde e que não mais recuperaremos.
No âmbito do Projeto Rios, na nossa última saída de campo para monitorização do troço de rio que apadrinhamos (Rio Este – Braga), deparamo-nos com um cenário com o qual não nos havíamos deparado até então. Peixes mortos a boiar. Com os olhos arregalados, fixos, como que expressando um pedido de socorro, que não chegou…
Na ação de limpeza que fizemos, apenas tivemos força para retirar o lixo superficial. Muito estava impregnado no solo.
Há “marcas” que, por muita vontade que tenhamos, não conseguimos remover.
Temos que aceitar quando assim é. Mas tal não é sinónimo de nos conformarmos. E a mensagem que gostaríamos de vos deixar é que cada comportamento conta.
Cada atitude em que reflitam e trabalhem no sentido de não aumentar, ou tentar reverter a mancha negra que ainda temos, conta.
Poupar os recursos hídricos, não contaminá-los, prevenir comportamentos que levem ao risco de incêndio florestal e morte das espécies, alertar quando antecipamos este risco, …, são comportamentos acessíveis a todos nós e que têm uma grande impacto neste desígnio de proteção do Ambiente.
Emília Costa
XZ Consultores, SA