De acordo com as estatísticas disponibilizadas pelo Banco de Portugal, a Balança Tecnológica Portuguesa apresentou em 2013 um saldo de quase 400.000 euros em 2013, o mais elevado desde 2007, ano no qual o saldo começou a ser positivo.
Contudo se analisarmos este dado de uma forma desagregada concluímos que o saldo de uma das suas quatro componentes, concretamente os direitos de aquisição e utilização de patentes, marcas e produtos similares, se mantém negativa, na ordem dos 220.000 euros em 2013, sendo tal uma constante desde 2001.
Os Serviços de Investigação e Desenvolvimento apresentam também um saldo positivo pouco significativo, evidenciando uma evolução muito negativa de quase 75% face ao ano anterior.
Estes resultados, quando confrontados com o facto de Portugal ter apresentado em 2012 um número de investigadores superior à média da UE, quase mais 3 por 1000 ativos do que a média da UE, e um maior número de papers publicados por estes, obriga-nos a questionar a insuficiente capacidade de gerirmos uma fronteira, que parece intransponível e de difícil gestão, entre os produtores de conhecimento e aqueles que reconhecem, cada vez com maior intensidade e objetividade, que a sua competitividade, num mercado no qual a inovação se mantém como um dos poucos fatores críticos para o sucesso, depende da sua competência, agilidade e imaginação para, não só valorizarem o novo conhecimento produzido pelos investigadores, sobre os mercados, produtos, tecnologias, …, mas, e particularmente, para otimizar o conhecimento existente, utilizando-o de uma forma mais criativa, mais emocional, mais inesperada, mais orientada para o mercado.
É verdade que um grande número de inovações não resulta de novo conhecimento, mas sim do conhecimento já detido pelas organizações, mas reconfigurado, redesenhado, reorientado e recombinado. Tal exige que os gestores aceitem “pensar fora da caixa”, abandonando a zona de conforto, superando a censura, criando condições para, com muita inteligência, imaginação, emoção, entusiasmo, coragem, operacionalizar as atividades necessárias a que tal constitua uma prioridade e uma constante nas suas organizações.
É verdade que um grande número de inovações não resulta de novo conhecimento, mas sim do conhecimento já detido pelas organizações, mas reconfigurado, redesenhado, reorientado e recombinado. Tal exige que os gestores aceitem “pensar fora da caixa”, abandonando a zona de conforto, superando a censura, criando condições para, com muita inteligência, emoção, entusiasmo, coragem, consigam operacionalizar as atividades necessárias para a recolha e valorização do conhecimento existente e que tal constitua uma prioridade e uma constante nas suas organizações.
A utilização de novos instrumentos de gestão, tais como a Tempestade de Ideias, o Mapa Mental, o Método dos Seis Chapéus, o TRIZ - Theory of Inventive Problem Solving ou mesmo o Scamper pode reforçar a imaginação, a automotivação, a criatividade, a aceitação da experimentação, do erro do falhanço, o reforço do networking, a criação de clusters, a aproximação às grandes empresas inovadoras, …
A criatividade deve induzir valor e como tal não pode ser confundida com novidade, mas sim com novidade + utilidade = valor.
A criatividade exige tolerar a ambiguidade, dar tempo à discussão, procurar novas perspetivas, procurar o fora do comum, assumir riscos, mitigar o ambiente conservador,
Contudo as empresas não podem desprezar o novo conhecimento produzido pelas universidades, algum já transformado em novas tecnologias, outro mais orientado para os novos modelos organizacionais, para os novos modelos para a gestão da logística, para a gestão do marketing, para a gestão do capital intelectual, ..., um já mapeado, já disponível numa linguagem percetível pelas empresas, mas muito ainda não legível e identificável pelo mundo empresarial, o qual, perante uma necessidade ainda tem muitas duvidas em ler o conteúdo dos papers, aliás o seu acesso é muito restritivo para as empresas que, perante necessidades especificas ainda reconhecem muitas duvidas sobre a quem se dirigir e como o fazer.
Júlio Faceira Guedes
XZ Consultores SA