A necessidade e a preocupação, por parte das empresas e/ ou Organizações, de aumentarem a sua produtividade, rentabilidade e eficiência; de diminuírem os seus recursos, desperdícios e custos; e de procurarem a excelência, melhoria contínua e o acréscimo de valor para o seu Cliente, fez com que, na última década, a filosofia Lean explodisse em termos da sua aplicação em ambientes industriais, bem como, empresariais.
Esta filosofia, apenas apelidada de Lean nos anos 90 por James Womack, começou a ser aplicada, ainda que muito diminutamente e inconscientemente, no século XVIII. No entanto, os grandes impulsionadores desta filosofia, já no século XX, foram Henry Ford, com a introdução da 1ª linha de produção e subdivisão do trabalho, e Taiichi Ohno, com a criação do Toyota Productive System (TPS) e consequente introdução de conceitos como Just-In-Time (JIT) e JIDOKA.
Atualmente, grande parte das empresas já desenvolveram consciência da importância do Lean e do impacto que este pode ter nas suas Organizações. Neste sentido, a implementação da filosofia Lean e das suas técnicas e ferramentas é cada vez mais aplicada com o objetivo de otimizar processos e de eliminar desperdícios, tendo como principal objetivo a maximização do lucro e a redução de custos, assegurando, sempre, a qualidade do serviço e/ ou produto e a satisfação do Cliente.
No que diz respeito às ferramentas e/ ou técnicas utilizadas para levar a bom porto a filosofia Lean apresentam-se de seguida algumas das mais relevantes, nomeadamente:
Metodologia 5S – consiste numa metodologia visual, que compreende um conjunto de práticas valiosas a serem aplicadas no dia-a-dia e que, pode ser aplicada e adaptada a diferentes realidades. Esta metodologia, que promove a eliminação sistemática de desperdícios e a melhoria contínua dos processos, é subdividida em 5 sensos: selecionar, organizar, limpar, normalizar e disciplinar;
Filosofia Kaizen – conhecida como Melhoria Contínua, esta filosofia tem como principal objetivo fazer com que hoje sejamos melhor do que ontem, sucessivamente. Kaizen assenta no princípio de que tudo pode ser melhorado, todos os dias, por todos;
Produção Puxada – consiste em fazer-se apenas o necessário, ou seja, produzir apenas o que o Cliente compra ao invés de se produzir para stock. Deste modo, é possível reduzirmos ao máximo os stocks em armazém;
Kanban – é um sistema visual que permite estabelecer um equilíbrio entre o stock e a procura do mesmo. Este método visa aumentar a eficiência da produção, otimizar os seus sistemas de movimentação, gerir os fluxos de trabalho e, também, equilibrar os processos. Existem 6 tipos de Kanban: kanban de produção, kanban de stock, kanban de transporte, kanban de fornecedor, kanban de emergência e e-kanban.
VSM (Value Stream Mapping) – mapeamento do fluxo de valor é uma ferramenta gráfica e visual que mapeia o fluxo de materiais e informações de uma determinada família de produtos, desde o pedido do Cliente até à receção do material solicitado. Esta técnica tem como vantagens a identificação de desperdícios nos processos e o acréscimo de valor para o Cliente.
Manuel Maia,
Consultor, XZ Consultores, SA