O conhecimento, independentemente de ser do tipo tácito, explícito, individual, coletivo, declarativo, procedimental, condicional, causal ou relacional, constitui, inegavelmente, um recurso fundamental do património de qualquer organização, o qual pode ser utilizado como uma alavanca fundamental para incrementar e valorizar a inovação e transformá-la num fator estruturante, diferenciador e relevante para assegurar a sustentabilidade dos negócios.
Takeuchi e Nonaka estabeleceram o Modelo dinâmico para a criação de conhecimento, reconhecendo que o mesmo é criado com base numa interação social entre os conhecimentos tácito e explícito, assumindo que os mesmos são complementares e imprescindíveis na criação de novo conhecimento.
Estes dois excelentes investigadores identificaram um conjunto de fatores que consideram fundamentais para a criação de conhecimento, concretamente a intenção, a autonomia, o caos criativo, a diversidade, e a diversidade.
Sem querer aprofundar o Modelo CESI, publicado em 1995 por estes autores, que assume que a transferência de conhecimento tácito exige contacto entre pessoas e a transferência de conhecimento explícito pressupõe a existência de documentos escritos nos quais o conhecimento está materializado, é importante reter que a transferência de conhecimento se inicia com a transmissão desse conhecimento, que sendo absorvido e utilizado, termina quando se transforma em valor.
Contudo os fatores inibidores desta transferência, tais como a falta de confiança, o orgulho, a falta de tempo, o medo de assumir riscos, a diferença cultural, a falta de oportunidade, a intolerância para com os erros, …, devem ser identificados e minimizados, no quadro da cultura de cada uma das organizações e no contexto da sua estratégia e posicionamento no mercado.
Efetivamente a estratégia definida pode exigir a identificação e a promoção do conhecimento existente na organização ou a captação e a transferência de conhecimento do exterior para o interior da organização.
Independentemente do modelo de gestão do conhecimento decidido exigir uma estratégia de codificação (sustentada na codificação do conhecimento tácito existente e no estimulo ao reforço das relações entre os profissionais) ou uma estratégia de exploração (alavancada na captação de conhecimento através de um contacto privilegiado e orientado entre os profissionais e o exterior), é importante que se tenha sempre presente que a gestão do conhecimento tem, obrigatoriamente, de contribuir para a melhoria da competitividade da empresa.
Júlio Faceira Guedes
XZ Consultores, SA