A Inovação é a única alternativa para assegurar a sustentabilidade às empresas

O ambiente que envolve a generalidade das Organizações muda radical e imprevisivelmente, frequentemente de uma forma inesperada e influenciada por fatores efémeros e não expectáveis, cuja evolução é turbulenta e hostil.

Num mercado globalizado, as Organizações interagem a nível mundial em tempo real, as vantagens competitivas constituem-se como janelas de oportunidade cada vez mas curtas, os ciclos de vida dos produtos são sistematicamente reduzidos.

Confirma-se também a crescente desmaterialização da produção industrial, com a consequente redução do peso das matérias-primas ou dos componentes de caracter físico no valor final dos produtos, resultante da incorporação de novos serviços associados aos produtos.

Neste contexto apenas o reforço do investimento na geração, exploração e difusão do conhecimento podem assumir-se como vetores fundamentais para o desenvolvimento sustentado, reconhecendo-se contudo a imperiosa necessidade de alinhar a produção e a valorização do conhecimento com os objetivos estratégicos da organização.

Inovar, não só os produtos e serviços, mas também os modelos de negócio, os processos e os modelos de gestão, são frequentemente o resultado da valorização do conhecimento produzido ou captado nas atividades de vigilância tecnológica e de mercado.

O lançamento de um novo produto ou serviço no mercado, a adoção de um novo processo produtivo, ou laboratorial, ou logístico, o estabelecimento de uma relação inovadora com os fornecedores e/ou clientes, a consolidação de uma nova estratégia de preços, pode conduzir a uma janela de oportunidade e ao surgimento de novos fatores indutores de excelentes resultado empresariais.

O Sistema de Gestão da Investigação, Desenvolvimento e Inovação (SGIDI), interpretando inovação como “correspondendo à implementação de uma nova ou significativamente melhorada solução para a empresa, novo produto, processo, método organizacional ou de marketing, com o objetivo de reforçar a sua posição competitiva, aumentar a performance ou o conhecimento” (NP 4456: 2007) materializado nas normas NP 4457 (2007), que foram concebidas com o propósito de “Estimular e orientar as empresas nacionais, no desenvolvimento da Inovação de uma forma planeada, sistemática, sustentada, com efeitos avaliáveis, com o propósito de reforçar as vantagens competitivas numa economia cada vez mais assente na transformação do conhecimento em Valor”, é mais um instrumento de gestão das atividades de IDI, que exige a sistematização de um conjunto intenções, enquadradas na Politica de Inovação, que reforçam o foco da Gestão de Topo no seu comprometimento com a inovação, na promoção de uma cultura na qual a eficaz gestão do capital humano, da criatividade, a facilitação e promoção experimentação, da assunção do erro como uma fase do processo de aprendizagem, da abertura ao exterior, …, sejam uma constante e na adoção de um conjunto de metodologias para a gestão da criatividade, das interfaces, dos projetos de IDI, do conhecimento, da propriedade industrial, ….

Tão importante como a qualidade do conteúdo da NP 4457: 2007 é o modo como cada uma das organizações que decide adota-la, interpretando, implementando e apropriando-se dos seus requisitos, assim como integrando-a na sua cultura, no seu modelo organizacional e nos instrumentos que utiliza para gerir as atividades indutoras de valor e influenciadoras do seu posicionamento no mercado e na sua competitividade.

Não há uma única abordagem e metodologia para promover a criatividade, para potenciar a submissão de ideias, para avaliar cada uma das ideias submetidas, para explorar as melhores, … Cada organização, consciente que o potencial criativo dos seus profissionais é um ativo intangível que não pode ser desprezado, deve identificar a abordagem e os métodos a adotar, que melhor se adequam à sua cultura, á sua personalidade, ao seu negócio, ao modus operandi da organização e à personalidade, cultura, vivência dos seus profissionais.


Júlio Faceira Guedes
XZ Consultores SA

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