Felicidade nas Organizações - a importância dos Valores

Vou abordar um tema que muito se tem falado nos últimos anos e que tem levado ao enfoque crescente nos processos de liderança e no ambiente de trabalho nas organizações.

As pessoas são tantas e tão diversas do ponto de vista da personalidade que, ir de encontro às suas expectativas e sonhos, é um verdadeiro desafio.

Mas o que é facto é que organizações felizes são feitas de pessoas felizes.

Como consegue um gestor, em cadeia, passar “a fórmula” a ser entendida, interiorizada e identificada por todos e que os façam sentir pertença da organização?

Não sei se há resposta para esta questão. Também se costuma dizer que não há fórmulas. Na minha opinião há uma só fórmula, e ela está nas pessoas. No encontro das pessoas e dos seus valores. É fundamental existir uma liderança com a qual nos identifiquemos. Esse processo de identificação começa, desde logo, na seleção e recrutamento. Deve estar estabelecido um conjunto de valores à priori pela alta liderança e que sejam transmitidos e implementados desde o início, em cascata, na organização. Os valores e regras de gestão devem determinar os comportamentos que são reproduzidos e mantidos em toda a hierarquia. Os Códigos de Conduta ou similares são, a seguir aos valores e política de gestão de pessoas, os documentos que ajudam a que sejam identificados os comportamentos a ter no seio da organização e que são reguladores do chamado “bom ambiente de trabalho” que se vive quando se entra na primeira porta da empresa. Aliás, esta é uma referência que costumo fazer quando avalio “a saúde” de algumas organizações. Sente-se logo ao entrar um “certo ambiente” – positivo, tenso ou indiferente (para fazer alguma classificação). A recetividade das pessoas, disponibilidade, quantidade e adequação da informação transmitidas são reveladores de que o colaborador está envolvido no seu trabalho, tem e transmite esta consciência. Estes são só alguns aspetos que se podem avaliar na primeira linha de acesso à organização. 

Mas o líder que tem determinados valores e os transfere para a gestão e vivência da organização, tem que manter e treinar um pensamento estratégico neste âmbito junto das restantes chefias.

Os valores fundamentais transmitidos desde o início não podem ser corrompidos. Se forem, tais comportamentos devem levar a uma decisão (consequências) por parte da Alta Gestão, seja qual for o nível da organização em que tenham ocorrido.

A confiança na organização (pessoas) é fundamental para a estabilidade e performance de todos. Assim, ser fiel a valores fundamentais constituirá o primeiro passo para uma Organização Feliz.

Emília Costa (Consultora em Gestão da XZ Consultores, SA)

 

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