A competitividade é um dos princípios fundamentais da economia, sendo, por exemplo de acordo com Porter, “a habilidade ou talento resultantes de conhecimentos adquiridos capazes de criar e sustentar um desempenho superior ao desenvolvido pela concorrência”, ou seja, sermos capazes de lançar no mercado produtos e serviços com reconhecido valor pelo mercado e em condições concorrenciais face aos restantes países.
Só sendo competitivos criamos riqueza, a qual partilhada por toda a sociedade, poderá induzir uma melhor qualidade de vida, melhores cuidados de saúde, educação, justiça, …., assim como uma maior promoção da natalidade, a promoção do empreendedorismo, a captação de novos investimentos externos, a retenção dos nossos jovens, ….
Obviamente que fatores, tais como, a fiscalidade, a qualificação da população, os incentivos ao investimento, a legislação ambiental e laboral, o funcionamento da justiça, …, têm um relevante impacto da competitividade, mas fatores há que são influenciáveis por cada um dos Gestores nas suas próprias organizações, tais como as politicas de promoção da qualidade, da inovação e da produtividade, a gestão das competências dos seus profissionais, as estratégias de comunicação internas, os layouts dos processos produtivos, ….
Infelizmente, para Portugal, os números não enganam: no ano 2000 Portugal ocupava o excelente 20º. Lugar no ranking da competitividade mundial elaborado pelo World Economic Forum (WEF), em 2011 o 45º. e em 2012 o 49º. Lugar atrás de países tais como o Brasil.
Como explicar esta degradação dramática num curto horizonte temporal?
Será que o indutor deste comportamento foi a metodologia de avaliação, especificamente utilizada por esta instituição? Efetivamente esta hipótese deve ser de imediato descartada pois, também, de acordo com outras avaliações efetuadas por entidades reconhecidas a nível mundial, tal como o IMD Suíço, Portugal também teve quedas muito significativas na última década, aliás de 2011 para 2012, Portugal desceu do 40º lugar para o 41º, tal como se pode confirmar nom quadro seguinte:
De acordo com o WEF o presente posicionamento é decorrente, em particular, de um ambiente macroeconómico muito degradado, critério no qual o nosso país ficou na 116.ª posição, assim como, e por exemplo, na eficiência do mercado laboral, critério no qual ficamos na indesejável 123ª posição.
É sabido que a competitividade não se decreta, conquista-se, passo a passo, atitude a atitude, investimento a investimento, decisão a decisão, …
As políticas nacionais, as estratégias governamentais, o funcionamento da Administração Pública, …, têm efetivamente um forte impacto na produtividade. Mas ninguém faz o trabalho que é da nossa responsabilidade como gestores e como trabalhadores.
Júlio Faceira Guedes
Administrador da XZ Consultores