Uma nova visão para a gestão

Recursos HumanosIndependentemente dos discursos dos nossos gestores, o contexto empresarial, a pressão dos acionistas, da sociedade, dos financiadores, dos comentadores políticos e económicos e, porque não assumi-lo, de alguns trabalhadores cuja remuneração está indexada aos resultados anuais, a gestão da generalidade das organizações está inequivocamente orientada para a concretização de resultados no curto prazo, reconhecendo-se que, cada vez com maior frequência, tal induz decisões que penalizam a sustentabilidade da organização e a sua capacidade de sobreviver, num mercado cada vez mais assassino dos mais frágeis, em particular quando a fragilidade decorre de inadmissíveis erros de gestão.

 

Reconhecemos que o compromisso entre as duas opções, sendo a primeira obter bons resultados no curto prazo, penalizando os de médio prazo e a segunda conciliar resultados menos bons no curto prazo em favor de uma sustentabilidade nos resultados de médio prazo, exige um equilíbrio de fatores, às vezes contraditórios, inconciliáveis e com uma evolução nem sempre previsível, para não referir os efeitos dos interesses instalados, às vezes informais e invisíveis, mas poderosos na sua influência.

O papel dos Gestores é, inquestionavelmente, cada vez mais exigente, reconhecendo-se que algumas das suas decisões têm efeitos, frequentemente, a médio prazo, às vezes quando os Gestores que as tomaram já não assumem funções na organização.   

Neste contexto os gestores devem:

  • Tomar consciência da necessidade de mudar, aderindo obsessiva e ativamente à mudança;
  • Assumir um novo sentido de responsabilidade, privilegiando os interesses da empresa face aos interesses individuais;
  • Reforçar uma visão de médio prazo e não focalizar a sua intervenção a uma especulação sobre o curto prazo;
  • Desenvolver uma nova visão da gestão das organizações com base num conjunto de princípios tais como a meritocracia, o respeito, a valorização, o reconhecimento, a criatividade, a convicção, …;
  • Valorizar a dimensão humana, social, cultural e comportamental das organizações;
  • Assumir maior sentido de responsabilidade, não só económica, mas também ética e social, face aos resultados da sua gestão.

Esta visão da gestão é urgente, devendo constituir um propósito para todos os gestores, cujo exemplo é fundamental para toda a sua organização.

 

lio Faceira Guedes, Administrador da
XZ Consultores, SA

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