A inovação social, entendida como uma resposta nova, e socialmente reconhecida, que vise e induza mudança social, com o propósito de satisfazer as necessidades humanas não satisfeitas pelas vias e instrumentos tradicionais, promover a inclusão social e capacitar os atores envolvidos, constitui um vetor fundamental para a sustentabilidade de uma sociedade que se quer mais justa, mais ética, mais socialmente responsável, mais amiga do ambiente, mais inclusiva, mais tolerante com a diferença, mais filantrópica e mais voluntária.
Tal como Durão Barroso, na qualidade de Presidente da Comissão Europeia, refere “A crise económica e financeira torna a criatividade e a inovação, em geral, e a inovação social, em particular, ainda mais importantes para criar crescimento sustentável, empregos seguros e aumentar a competitividade.”
Mas a inovação não se deve focalizar só e apenas nos novos serviços, e nas novas formas de relacionamento, para combater o isolamento dos idosos, para facilitar a transição da vida ativa para a situação de reforma, para capacitar os sem-abrigo, para dar uma nova resposta aos doentes crónicos, para responder às necessidades dos ex-presidiários, para reduzir as emissões gasosas, para facilitar a reintegração dos desempregados no mercado de trabalho, para melhorar o processo de aprendizagem dos jovens, para melhorar a autoestima e autoconfiança das mulheres vitimas de violência doméstica, ….
A inovação dos modelos organizacionais, dos instrumentos de gestão, das relações com os parceiros, das politicas e estratégias, na utilização das novas tecnologias, na partilha de recursos, na captação de novas fontes de receitas, no relacionamento com os filantropos, …., deve também ser equacionada e explorada por todas as organizações.
A inovação social é a única resposta a um contexto de crescente instabilidade, de profundas desigualdades, de novos desafios colocados pelo surgimento de novos vírus, de dramáticas alterações climatéricas, de uma inegável clivagem entre os mais ricos e os mais pobres, e de uma crónica, mas crescente, insuficiência de recursos, por exemplo financeiros, de alimentos, de água, ….
Júlio Faceira Guedes, Administrador da
XZ Consultores, SA