A insustentável leveza da Economia Portuguesa…

Economia Portuguesa

Que a Economia Portuguesa vive momentos difíceis, ninguém dúvida. Mas será só culpa da crise internacional?

A economia portuguesa perdeu 680 mil postos de trabalho, nos últimos cinco anos, e a perda de empregos foi especialmente sentida na indústria, onde atingiu 360 mil pessoas, dizem os dados do Banco de Portugal. Uma parte deste resultado é fruto da subida do emprego nos serviços (como se Portugal pudesse viver só dos serviços!), e a outra parte, é fruto de quê?!

Esta tendência de descida da taxa de desemprego, sentida nos últimos tempos, é uma verdade estatisticamente enviesada. Nos últimos dez anos, meio milhão de jovens portugueses abandonaram o território nacional, outros desistiram simplesmente de procurar emprego derrotados pelo desânimo, cansaço e/ou porque já não acreditam nessa possibilidade, e ainda os que são obrigados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional a frequentarem formação, deixando desta forma, de ser considerados para efeitos do cálculo da taxa de desemprego. Para não falar dos Estágios – Emprego, uma medida criada pelo Governo para a ingressão de jovens, entre os 18 a 30 anos, no mercado de trabalho, na qual as regras foram alteradas recentemente, devido a grande procura por parte das empresas face à reduzida verba para o pagamento das bolsas aos Estagiários – Má Gestão! Face a esta nefasta realidade, é “natural” que a taxa de desemprego baixe… mas nem tudo o que parece, é…!

Temos um Estado que adora e adota a politica do “rapa, tira, deixa e põe”, dá hoje, amanha retira, o que hoje é branco, amanhã é preto, sempre usando o argumento de que a Lei mudou. E quem é que faz a Lei…?

Além deste flagelo que é o desemprego, os dados da taxa de natalidade atingiram os valores mais baixos de sempre, o encerramento de serviços públicos como hospitais, escolas,…, no interior do país conduziram à desertificação dessas mesmas áreas; a incapacidade das cidades médias para fixar a sua população jovem, qualificada e competente, levou a que esta população jovem migre para as grandes áreas metropolitanas – Porto e Lisboa – e a fraca atração de investimento empresarial são, infelizmente, alguns exemplos da realidade que confirmam a ausência de uma Estratégia Governamental no Nosso País.

Somos governados por uma elite de levianos e de garotos incompetentes, que se sentam em espiral num “Palermento”, e que quanto mais incapazes e mais imbecis, mais cargos ocupam. Mas como a culpa não morreu solteira,… O algodão não engana, preto mais preto não há.

Em tempos, houve alguém que disse: “Estranho povo este, que não se governa, nem se deixa governar!”. Hoje, esta estranha forma de governar continua, corta na saúde, corta na educação, corta nas pensões, corta na despesa,…, não têm outro estratego-esquema se não este… C-O-R-T-A-R.

Atualmente, passamos 20 anos na escola, o equivalente a uma geração - as equivalências aqui não contam! - Somos estimulados para pensar, raciocinar, relacionar, equacionar, e até mesmo memorizar, por isso é que estudamos durante tantos anos,… não é só para colecionar diplomas. Temos de ser Estrategas e Criativos natos, temos ferramentas para o ser, apoiadas em práticas sustentadas de racionalização económica, tendo por base a criatividade produtiva. O que esta quantidade de palavrões significa, em bom português é, produzir mais e melhor. Respondendo sempre, aquelas quatro questões económicas que, aprendemos de imediato nas primeiras disciplinas de Economia:

- O quê produzir?

- Como produzir?

- Quando produzir?

- Para quem produzir?

Na verdade, uma das formas de sermos mais produtivos, competitivos, diferenciadores e tecnicamente mais rápidos é libertar a inteligência, a auto-confiança e a atitude inovadora dos nossos Colaboradores. E, a forma de tirar partido deste potencial humano, é dar espaço à criatividade, é colocar as pessoas para pensar. Pensar é grátis! Caminhando no sentido do progresso e do desenvolvimento, já que a inovação, mais do que um caminho, hoje em dia, é obrigatoriamente uma necessidade de sobrevivência. “A necessidade é a mãe da inovação”, já dizia Platão.

O problema crucial da economia portuguesa pode, efetivamente, não ser comercial, nem do aprovisionamento, nem financeiro, nem de recursos, o problema está na ausência de estratégia, estratégia empresarial e de inovação. Esta última, mais do que um caminho, é a saída mais viável para ultrapassar estes obstáculos, tendo sempre em mente que inovar nem sempre é sinónimo de investigação intensiva e dispendiosa, mas sim, uma questão de atitude/ afirmação, força de vontade e de querer fazer acontecer.

Planear antecipadamente é um dos maiores fatores críticos de sucesso, quer seja do dia-a-dia, de um individuo, de uma organização e/ou de uma economia, porque não planear, é planear para falhar…

É preciso (des)construir para a Mudança, mas sem destruir o que é Nosso por direito.

Vânia Campos

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