Food Defense

Food DefenseA evolução do mercado agroalimentar no que se refere à exportação de produtos, induz nas organizações deste setor, um enorme desafio no que se refere à garantia da segurança dos produtos alimentares.

A evolução do mercado, a exigência dos consumidores finais, e a alteração das suas necessidades e expectativas, impõe novos padrões de atuação das organizações, seja na garantia da segurança alimentar dos alimentos, bem como a defesa dos alimentos (Food Defense).

É crescente nas organizações agroalimentares, o enfoque para as questões relacionadas com o risco de contaminação intencional dos produtos alimentares, seja pela exigência de normas de referência do setor (IFS Standards, BRC Global Standards), ou requisito do cliente/ país de destino, que resultam na definição organizacional de medidas de proteção e defesa dos alimentos.

De acordo com a norma internacional PAS 96:2014, entende-se como Food Defense, os procedimentos adotados para garantir a segurança dos alimentos nas cadeias de fornecimento, no que refere à proteção da contaminação intencional e maliciosa, de sabotagem, bioterrorismo, incluindo as ações que possam limitar o fornecimento dos produtos alimentares.

Este conceito de Food Defense é relativamente recente, no entanto releva-se de extrema importância, face ao facto de possibilitar a identificação dos pontos mais vulneráveis, no que se refere ao acesso às organizações. Food Defense

A definição de um plano de Food Defense, permite:

 

  • Identificar as vulnerabilidades da organização, no que se refere ao risco de contaminação intencional;
  • Definir medidas especifica para redução do risco de contaminação intencional;
  • Definir o modo de atuação, no caso de ocorrer uma situação de emergência, para que se possível conter a contaminação de modo rápido e eficaz.

A contaminação intencional é muitas vezes associada à insatisfação de colaboradores internos à organização. No entanto, pode ter como fonte colaboradores de fornecedores, colaboradores de entidades concorrentes, pessoas externas à organização que têm divergências com a organização por questões pessoais e/ou ideológicas.

A PAS 96:2014, é um guia que fornece uma orientação sobre modo de proceder, para as empresas do setor agroalimentar, para melhorar a resistência e proteção das organizações, no que se refere à fraude ou contaminação deliberada. A PAS 96:2014, fornece ainda orientação para prevenir e mitigar as ameaças aos alimentos e à cadeia de fornecimento.

De acordo com a PAS 96, a gestão do risco de contaminação intencional, deve basear-se numa metodologia sistematizada, que prevê a identificação e avaliação das vulnerabilidades e ameaças, implementação de medidas de controlo de matérias-primas e de material de embalagem, produtos acabados, instalações, processos produtivos, rede de distribuição de produtos - TACCP (Threat Assessment Critical Control Points).

A PAS 96 identifica como principais objetivos do TACCP:

 

  • Reduzir a probabilidade ocorrência de um ataque deliberado;
  • Reduzir as consequências do impacto de um ataque;
  • Proteger a reputação da organização;
  • Assegurar aos clientes e à imprensa que se encontram implementadas medidas adequadas para proteção dos alimentos;

A adoção de procedimentos que garantam a disponibilização de alimentos seguros, no que se refere à contaminação intencional, possibilita às organizações a capacidade de orientar as suas competências para promoção da melhoria dos produtos, da inovação produtiva e tecnológica, e na capacidade satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes, que cada vez de apresentam mais exigentes. 

 

Marta Tinoco, Consultora
Departamento de Segurança Alimentar da XZ Consultores, SA

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